terça-feira, 1 de junho de 2010

{na bagagem}


afinal, o caminho não era difícil... a minha mochila é que estava demasiado cheia.

pessoas. experiências. silêncios. confidências. sentimentos. desilusões. pensamentos. ideias. opiniões. planos. emoções. sucessos. derrotas. alegrias. tristezas. perdas. ganhos. lágrimas. saudade...

e eis que a minha bagagem tomou conta da minha vida. porque a mochila estava demasiado pesada, caminhar tornara-se árduo...

[auto-sabotagem]

esvaziar a mochila. compreender. perdoar. esquecer. aceitar. chorar. sorrir. acreditar. amar[me].

e... de mochila quase vazia - há sempre um lugar para as boas recordações [pessoas, sorrisos, alegrias] porque, essas, não pesam nas costas - voltar à estrada...

que o caminho faz-se caminhado.


recuperado para a fábrica de letras, sob o tema vazio

23 comentários:

Olga Mendes disse...

Adorei a forma como descreves a mudança necessária nas nossas vidas, penso que tens toda a razão temos de abandonar o que é mau para podermos seguir em frente. Excelente publicação. Beijinhos.

Poetic Girl disse...

Exactamente esvaziar para voltar a encher... gostei muito, aliás como gosto de tudo o que escreves... bjs

Rogério G.V. Pereira disse...

Nem todos deitam a cacaria fora...
Pior, nem todos reconhecem o peso inútil do que carregam...
Mas pior ainda, existem muitos que sabendo que a tralha só lhes tolhe os movimentos, reconhecendo que de pouco vale o que transportam, não encontram coragem para se libertar...
Como eu os compreendo, no fundo deitar fora experiências. silêncios. confidências. sentimentos. desilusões. pensamentos. ideias. opiniões. planos. emoções. sucessos. derrotas. alegrias. tristezas. perdas. ganhos. lágrimas. saudade... pode equivaler ao acto de rejeitar a sua própria existência e isso, isso é muito complicado...

Admiro a atitude e o feito, porque me parece ter assumido rupturas com algo que lhe limitava horizontes. Se os tem, fez bem!

Ah, está a ver este meu gesto de dedo pulgar em riste, virado ao céu, bem por cima desta minha mão fechada? Se quiser guarde-o, dar-lhe-á alento se dele precisar...

Caminhe, porque é como diz: "O caminho faz-se caminhando"

Abraço

Antes Prefiro disse...

uma vez disseram-me: "A mudança não acontece, conquista-se."

tu pareces tê-la conquistado, esperemos que a nós, leitores, nos calhe igual sorte! =)

Helga Piçarra disse...

Não há nada como uma mochila arrumada. Carregada apenas com o peso do que nos faz falta. As recordações - as boas - essas não pesam e não se arrumam na mochila, mas sim no nosso coração.

Boa caminhada... :)
Um beijinho grande

Ricardo Fabião disse...

como são geniais esses artistas do dizer...
em alguns textos gosto do modo como atiram verbos sobre nossos olhares; como nos puxam pela mão, e aí somos tragados para dentro da narrativa;
outros são especialmente poéticos, com sua subjetividade em alto volume, fazendo com que divaguemos em opções de sentidos e mundos;
e há os que trazem seus substantivos, de modo irreverente; colocam seus cotidianos em quadrados; geometrizam suas frases, e criam com isso um universo mágico, onde, confesso, teimo em deitar alguns dos meus mais deliciosos minutos.

Adorei o círculo montado pela narrativa: 'voltar à estrada...'.

Verdadeiro e apaixonante.

Beijos.
Ricardo.

(Vou ancorar aqui para mais tesouro)

Ava disse...

Boa caminhada amiga. Há coisas que valem realmente a pena guardar e tal como dizes e muito bem, essas não pesam.

Beijinhos doces, Ava.

Fê blue bird disse...

Um texto perfeito, sentido, vivido!
Para quê andar "carregada" quando os afectos não pesam.
Perfeito para o tema da Fábrica das letras.
Parabéns!
Mil beijinhos

su disse...

nada como uma mochila vazia, ou quase vazia, para se começar tudo de novo. a vida dá-nos esta oportunidade, todos os dias: começar de novo, do início. como se de um nascimento se tratasse.

não podemos mudar o passado... mas, que interessa isso? já passou... por pior que tenha sido, já era. não é mais.

hoje mudamos o dia que poderá ser amanhã. isso, sim. isso interessa-nos.

de mochila quase vazia, dei início a esta nova caminhada e posso dizer que sim...

i'm happy again...

um beijinho terno e obrigada pela vossa visita e pelos vossos comentários: são sempre uma ajuda preciosa para o caminho. como se de beijinhos de chocolate com aroma de laranja, se tratassem

:)

Susana disse...

Gosto demais de seus textos!
Bjs

Catsone disse...

E esvaziando a mochila de vez em quando sempre se encontram coisas que já não precisamos (ou gostamos) e arranja-se mais espaço para novas experiências, certo?
Bj

Natália Augusto disse...

Rudolf Steiner transmite-nos esse lema "O caminho faz-se caminhando". E faz-se deixando para trás o passado e tudo o que não interessa, para nos centrarmos no aqui e agora e viver esse aqui e agora intensamente e da forma que quisermos.

Gostei do seu texto, pois traduz isso mesmo. É um texto inteligente e muito interessante.

chica disse...

Lindo, profundo e reflexivo.Esvaziar faz bem pois sobra lugar para o novo...beijos,chica

Unknown disse...

Linda participação, moça!

Admiro teu otimismo e sinto-me renovada sempre que caminho por aqui.

Preciso esvaziar minha mochila!

Beijinho,
Ane

Rosa Carioca disse...

Verdade! É necessário, constantemente, manter a mochila arrumada, prontinha para receber "coisas" boas e enriquecedoras.

Amélia disse...

Deita tudo cá para fora, escolhe o que te faz bem e volta a guardar. Assim, podes seguir caminho... mais leve.

Adorei!

Um beijinho grande :)

cc disse...

Completamente de acordo. Bom era que todos nós tivéssemos a coragem de fazer o mesmo. Mas nem sempre estamos preparados para isso. Excelente texto. Parabéns!

Marta F disse...

Lindo, gostei mesmo muito. "esvaziar a mochila. compreender. perdoar. esquecer. aceitar. chorar. sorrir. acreditar. amar[me]" Isto não me parece nada fácil. Mas nada como tentar, não é?
bjo

Anónimo disse...

Esvaziar a mochila, escolher o que levar na caminhada da vida. Deixar as pedras e levar as conchas.
Bela reflexão, bjs, Eliete

su disse...

obrigada a todos... um beijinho terno :)

dandelion disse...

Já esvaziei a minha mochila. Como disseste, não foi fácil. Chorei mesmo muito. Há recordações que magoam. Mas tens razão, como sempre, e agora sem esse peso, sinto-me muito melhor. É uma sensação estranha mas boa. Agora caminhar será mais fácil.

Ginger disse...

A minha mochila também está a precisar de ser virada do avesso e levar umas sacudidelas...

Insana disse...

Faz uma lista e joga tudo fora..
rasca queima deixa lá de onde nem deveria ter saido.

bjs
Insana

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