quinta-feira, 29 de abril de 2010

{desvios}



convencida de estar no caminho certo, aparece um desvio, um erro embaraçoso numa curva da estrada. perco-me.

[esqueço-me que todos os caminhos me levam para o desconhecido...]

procuro [quero\exijo] saber para onde o caminho me leva. mas nem sempre consigo [posso] responder a todas as minhas perguntas...

talvez seja esse o objectivo. ficar sem planos ou mapas. talvez assim, aprenda [mais\melhor] com a sinuosidade do caminho [com os percalços da vida].

o desconhecido [porque me perco] é assustador mas não faz mal. quanto mais vou andando, mais preparada me sinto para enfrentar os muitos quilómetros que tenho pela frente.

[talvez errar o caminho... tenha mais significado, assim]

quarta-feira, 28 de abril de 2010

{before...}


before you say “I can’t”
make sure you’ve tried

before you let doubts stop you

confront them with facts

before fear holds you back
go forward with faith

before you believe others are better

show them what a winner you are

before you go looking for happiness

make your own wherever you are

autor desconhecido

segunda-feira, 26 de abril de 2010

{pés na estrada}



domingo, 25 de abril de 2010

{hoje comemora-se a liberdade}

a liberdade dos [muitos] portugueses...

irem para a cama de barriga vazia

a liberdade dos [poucos, mas significativos] portugueses...

ostentarem os seus largos milhões [grande parte roubada ao povo magro]


lembram-se onde estavam no 25 de abril?

eu tinha onze meses e estava ao colo da minha mãe. à minha mãe, estava uma g3 apontada. queriam a chave do andar que estava desocupado. e a minha mãe deu. as pessoas que o fizeram, só não vivem lá hoje porque, cerca de vinte anos depois, venderam essa mesma casa para comprarem uma outra, não sei onde.

[penso que foi neste dia que nasceu a impunidade pornográfica que se vive hoje...]

vivi só onze meses sob ditadura, por isso, pouco sei... somente, o que me ensinaram na escola, o que a minha mãe me contava [e ainda conta].

sei que éramos um povo pobre, com fome... mas tínhamos os cofres do estado cheios de barras de ouro.

{hoje, somos um povo pobre, com fome... e uma dívida externa que nos está a deixar muito perto da falência, da bancarrota}

sei que vivíamos sob o terror da polícia.

{hoje, vivemos - juntos com a polícia - aterrorizados, porque isto, isto ou isto e tantas outras coisas mais, acontecem sob um manto de impunidade e tolerância que excede tudo quanto é imaginável}

sei que o tal ditador, que origina tanto ódio, usou o mesmo par de sapatos durante anos e só viajou uma vez de avião, às custas do estado.

{hoje, pagamos almoços, jantares, visitas de estado, carros, motoristas e até viagens de fim-de-semana a deputados}

há quem defenda, com unhas e dentes, esta liberdade podre que se vive em nossa casa, no nosso país. já me perguntaram se eu gostava do meu blog...

sim, eu gosto do meu blog. gosto de escrever, de ler o que se passa por aí fora... mas, será que a liberdade se resume a isso? e será que podemos ficar satisfeitos com este tipo de liberdade?

podes ler, escrever, falar à vontade... mas, tens uma dívida externa enorme; vives num país onde se pode matar à vontade que, se por acaso, alguém for preso, sai daí a pouco tempo; vês os senhores deste país, a roubarem à descarada e ainda são aplaudidos por isso; vês o país moribundo, sem direito a cuidados paliativos...

{hoje, vivemos numa grande quinta. os animais que trabalham de sol a sol, estão magros, com fome; o burro velho, que quase se matou de tanto trabalhar, a quem prometeram uma reforma sossegada, num prado verde... acabou num matadouro; os porcos, esses... ostentam as suas jóias, em frente de uma enorme mesa, repleta de comida...}

todos os animais são iguais... mas uns, são mais iguais que os outros...*

...viva a liberdade...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

{grupo de caminhada}

ontem, o caminhar foi lento, entre o mar e a montanha, sob um sol que nos beijava, suavemente, a pele. a brisa marítima enlaçava-se com a brisa da serra, numa dança sensual, extasiando-nos a cada inspiração. as cores, de todas as cores, ilustravam tudo à nossa volta, como uma tela viva [onde éramos, somente, meras figurantes], que nos inebriava os sentidos .

aqui e ali, caminhantes solitários cruzavam o nosso caminho. um deles, mais curioso [porém, desconfiado] saudava-nos o dia... os outros, mais envergonhados, limitaram-se a passar por nós. olhando sempre em frente [porque em frente era o seu caminho].

...o momento alto do dia...

[enorme, lindo, bonacheirão... e muuuiito mal-cheiroso]

terça-feira, 20 de abril de 2010

{caminhos de fogo}

o mais importante é saber qual a melhor maneira de caminhar através do fogo

charles bukowski

as dores parecem ter voltado. penso que foi o antibiótico que despoletou esta crise. aconteceu o mesmo com o toni. mas eu sei que eu vou dar a volta a isto... já dei uma vez. e estou demasiado perto de voltar a ter uma vida normal, para permitir que o destino ou o que seja, me volte a pregar uma rasteira.

o caminho está à minha frente. a mochila está pronta. já tenho um pé na estrada. não. eu vou conseguir. porque sim. porque é assim que eu quero. porque é assim que vai ser.

[eu lutei muito por isso, eu mereço isso]

aprendi muito nestes últimos nove anos... hoje, estou mais lúcida, sei o que quero, como quero e o que fazer para o concretizar. hoje sei com que sapatos me calço. hoje, não há nada que me apanhe desprevenida, como aconteceu há quase uma década atrás. hoje, sei caminhar através do fogo...

o caminho é em frente e eu seguirei, em frente, também. porque, pela primeira vez, em muito tempo, sinto-me feliz...

...e isso, está a saber-me tão bem...

domingo, 18 de abril de 2010

{rewind}


lembro-me de um quarto escuro com tons de vermelho. um pano dessa mesma cor por cima do candeeiro da mesinha de cabeceira. afasta o bichinho que provoca o sarampo, disseste-me. então, está bem. e ali fiquei durante algum tempo. nunca aborrecida, porque todos os dias oferecias-me um brinquedo novo. para afastar a tristeza. por não poder ir brincar lá para fora, para o quintal. lembro-me do conjunto de chá, em loiça, pequenino... tão pequenino...

lembras-te?

sábado, 17 de abril de 2010

{estou contente outra vez}

a caminhada está prestes a começar. a mochila está quase pronta, só faltam uns bons sapatos, resistentes, confortáveis... parece que o caminho é árduo. pelo menos, foi o que me disseram, mas não estou preocupada. com o andar, depressa me habituarei ao terreno. a caminhada tornar-se-á mais simples, mais natural de se fazer.

[sinto-me tão ansiosa... ainda não estou em mim, com tantas mudanças]

renovação.

[adoro as minhas batas novas...]

quinta-feira, 15 de abril de 2010

{copyright}

o meu reino é meu, como um vestido que me serve. e sobre a areia, sobre a cal e sobre a pedra, escrevo:

nesta manhã eu recomeço o mundo.

sophia de mello breyner

terça-feira, 13 de abril de 2010

{apetece-me...}

...dançar...

acho que vou inscrever-me.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

{bulimia}


For what it’s worth: it’s never too late or, in my case, too early to be whoever you want to be. There’s no time limit, stop whenever you want. You can change or stay the same, there are no rules to this thing. We can make the best or the worst of it. I hope you make the best of it. I hope you feel things you never felt before. I hope you meet people with a different point of view. I hope you live a life you’re proud of. If you find that you’re not, I hope you have the strength to start all over again.

The Curious Case of Benjamin Button



continuo à espera de um telefonema: o telefonema. neste momento, não me importa o que vou fazer. importante é começar.

admito que, por vezes, um sentimento de frustração invade os meus pensamentos. estou quase com trinta e sete anos e nada. nesta idade, é suposto ter tudo encaminhado. na vida.
[e já esteve, um dia].

porém, este desapontamento de mim, depressa desaparece... claro. porque podia ser pior. a probabilidade de uma doença crónica entrar em remissão é, praticamente, nula.

[é que eu estou com pressa...]

na mesa, estão várias de hipóteses. não sei o que escolher... que curso seguir. quero fazer tudo. e sem demora. tenho fome de aprender, experimentar, criar, construir, conseguir, chegar. e não estou a pedir\exigir demais. esse direito é meu, por mérito.

e tenho medo. porque a vida já me mostrou que é efémera... se num dia estás in, nada te garante que, no dia seguinte, não estejas out.

[life is like a chocolate box. you never know, what you’ll get]

e, por isso, esta fome. esta inquietação.

acima de tudo, quero-me bem. e quero fazer bem.

domingo, 11 de abril de 2010

{dicionário de bolso}

sábado, 10 de abril de 2010

{get set...}


acredito que sou uma pessoa com muita sorte. poucos são aqueles que têm a oportunidade de recomeçar... mudar de vida, começar de novo... praticamente, do zero.

há cerca de quatro anos atrás, um astrólogo vêda disse-me que eu não passaria de 2008. she's already dead, disse-o para a colega que estava a seu lado... eu fiquei assustada, claro. ela já está morta? não passarei de 2008?

hoje penso nas suas palavras e acredito que ele tinha razão. eu já estava morta e o ano de dois mil e oito seria o meu último ano. não nesta vida nem neste planeta ou neste corpo... mas sim, o último ano daquela minha alma errante.

este ano que se passou foi, para mim, uma espécie de purga. tudo o que eu tinha cá dentro foi exposto - muitas vezes, de uma forma extremamente dolorosa. foi um ano em que tudo o que eu tinha cá dentro foi posto à prova.

eu já estava morta... sim. em 2006, assim era. (sobre)vivia para a dor física e nada mais. ele tinha razão...

hoje, quatro anos passados, eu sinto-me renascida.

[muda de vida, se tu não vives satisfeito... estás sempre a tempo de mudar]

não é fácil. é preciso mexer nas fundações cá de dentro. e quem sabe o que é que podemos encontrar escondido naqueles recantos escuros... coisas que nós nem ousamos pensar que existem...

[mas existem... e não é por deixarmos de pensar neles que deixam de existir]

eu nunca passei por uma desintoxicação. não obstante, acredito que deve ser muito parecido por tudo aquilo que eu passei. e agora, estou pronta. finalmente, pronta...

sinto-me como se tudo o que tenho cá dentro estivesse cheio de luz. os recantos sombrios, iluminados, sem sombras ou nuvens densas de coisa nenhuma...

sinto-me como se iluminada pelo luar de uma vida nova...

está na hora de voar.

[post recuperado]

sexta-feira, 9 de abril de 2010

{passo a passo}


e aos poucos, descobri que tudo que perdi, não era nada, comparado com tudo o que tinha ganho.

foi difícil chegar até aqui, até esta conclusão... porque ensinaram-me a olhar só para o que se perde, para aquilo que não existe mais. porque é assim... estamos habituados a sentir [a chorar] somente o que deixamos de ter.

e sentimos a culpa. que nos confunde, nos transvia. e com a culpa, o porquê isto? o que faço agora? e corremos. à procura [vã] de respostas para as perguntas escusadas que teimam em ser.

corremos [num vertiginoso caminho que nos leva a lado nenhum] desesperados. perdidos. dementes. alucinados. à procura de nós mesmos.

até ao momento em que se dá a colisão com a nossa consciência. então, descobrimos que a resposta está em nós. somos nós.

e, como olhos de ver [ver vs olhar] tudo parece óbvio. fácil. e sorrimos.

afinal... eu não perdi.

afinal, eu ganhei.

superei obstáculos insuperáveis, tenho vitórias que celebro todos os dias, recuperei a vida, descobri o [verdadeiro] significado da palavra amizade, conquistei caminho...

[sim, posso ter perdido... mas nada, mesmo nada... comparando com o que eu ganhei, com o que eu tenho tenho hoje]

{uma bucha para o caminho}


ai, Leonor...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

{copyright}

procuro despir-me do que aprendi. procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, desencaixotar as minhas emoções verdadeiras, desembrulhar-me e ser eu...

alberto caeiro

quarta-feira, 7 de abril de 2010

{caminhando com as manas}

numa deliciosa tarde, em cascais...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

{rewind}


lembro-me do dia em que o periquito amarelo entrou na casinha da costura. fomos comprar uma gaiola e trouxemos uma companheira para ele. ela era azul. linda. faziam um casal tão fofo. e tiveram filhotes, muitos. a branquinha, o tortinho, a verdusca... e tantos, tantos outros. desde então, o nosso pequeno quintal tornou-se num alegre e chinfrineiro cantinho. eu tinha uns cinco, seis anos... seria?

lembras-te?

sábado, 3 de abril de 2010

{na bagagem}


afinal, o caminho não era difícil... a minha mochila é que estava demasiado cheia.

pessoas. experiências. silêncios. confidências. sentimentos. desilusões. pensamentos. ideias. opiniões. planos. emoções. sucessos. derrotas. alegrias. tristezas. perdas. ganhos. lágrimas. saudade...

e eis que a minha bagagem tomou conta da minha vida. porque a mochila estava demasiado pesada, caminhar tornara-se árduo...

auto-sabotagem.

esvaziar a mochila. compreender. perdoar. esquecer. aceitar. chorar. sorrir. acreditar. amar[me].

e... de mochila quase vazia - porque há sempre um lugar para as boas recordações [pessoas, sorrisos, alegrias] porque, essas, não pesam nas costas - voltar à estrada...

que o caminho faz-se caminhado.

{de mochila nas costas...}

... o caminho é em frente. ou não.

depois de ter estado dois dias acampada, há que voltar à estrada. pelo menos, o sol já nos brinda com a sua luz e já se começa a sentir um pouco do seu calor.

apesar disso, está-me a ser difícil avançar, confesso. sinto-me como se vagueasse pela vida, ao acaso, sem saber muito bem que caminho tomar. estou perante uma encruzilhada e não sei para que lado me devo virar.

qualquer lado, é lado. eu sei. seja uma avenida, seja uma vereda... contudo, tenho receio de me precipitar, de não enveredar pelo caminho certo. tenho medo... de me perder.

o problema reside no facto, de nada disto ter sido planeado antecipadamente, como é suposto ser. mas há alturas, na vida, em que imprevistos acontecem. e não há guias, planos ou roteiros para resolver imprevistos. quando o inesperado acontece, só temos é que nos fazer ao caminho com aquilo que temos.

e o que é eu tenho? vontade. e isso, me basta.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

{da páscoa}


gosto de lisboa, nas sextas-feiras santas. silenciosa, sozinha, quieta.

as pessoas deixaram a cidade. quase que não se vêem carros. só se ouve o som das árvores a bailar, embaladas pelo vento. e os pássaros. também se ouvem os pássaros.

assim, passear na cidade tem um outro encanto... as pessoas não se empurram resmungando palavras frias cheias de coisa nenhuma [porque não há pessoas], os carros não buzinam desesperados por chegar lá primeiro [porque não há carros].

só o silêncio [as árvores, os pássaros] e eu.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

{o caminho faz-se caminhando}



este tem sido o meu lema, ao longo de toda a minha vida. um passo de cada vez, o caminho vai-se fazendo. sempre em frente, sem olhar para trás e, de preferência, sem desvios ou corta-matos. com companhia, é o ideal. há caminhos mais ou menos fáceis, pelo que é importante a escolha do calçado a usar.

posso dizer que a minha infância foi uma das caminhadas, que mais me deu prazer. caminhava, sempre, a passo largo, para conseguir alcançar o meu pai. um passo dele, equivalia a dois meus. caminhámos bastante... tanto, que fiquei com o hábito de andar sempre depressa, mesmo quando tenho todo o tempo do mundo.

o caminho fez-se bem, durante a minha adolescência. foi uma boa caminhada [sempre acompanhada pela amizade de três caminhantes, como eu].

a uma certa altura, contudo, optei por um caminho que não estava previsto, porque olhei para trás e odiei o que tinha ficado lá longe. e eu que gosto tanto de seguir à risca os meus planos de viagem, desviei-me...

o desvio, paguei-o caro. o nevoeiro não me permitia ver o chão que pisava. andava às cegas. tacteava o piso, a terra, a gravilha. não. não sabia onde estava nem sabia para onde estava a ir.

o abismo. demasiado perto do abismo. onde eu parei. um dos meus pés ainda resvalou. quase caí...

agarrada pela mochila, arrancaram-me àquele destino. devolveram-me o chão, a terra firme.

hoje, de volta ao caminho certo, passo a passo vou caminhando...

[esperando nunca mais olhar para trás, nunca mais me desviar, esperando nunca mais ver o abismo... porque posso estar sozinha, porque posso resvalar e não ter ninguém que me agarre pelo casaco]


sob o tema, abismo
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